Chá

O chá é uma bebida preparada através da infusão de folhas, flores ou raizes de Camellia sinensis. Esta deve ser preparada com água quente. Cada variedade de chá adquire o seu aroma e sabor, de acordo com o processamento utilizado (oxidação, fermentação ou contacto com outras ervas ou frutos).

É utilizado como bebida social, pelo menos desde os tempos da dinastia Tang (618 a 950). O início da sua utilização como erva medicinal para manter a vigília não é precisa no tempo.

Os Portugueses foram os primeiros europeus a contactar com o chá, em 1560, no Japão. A partir daí deu-se a expansão pela Europa, tornando-se popular (principalmente entre as classes altas de França e Inglaterra).

O chá é cultivado principalmente em climas subtropicais e tropicais, obtendo-se melhores colheitas em regiões de alta altitude. Dos cerca de 3 milhões de toneladas produzidas anualmente, cerca de metade é proveniente da China e da Índia. O único local de produção europeu localiza-se nos Açores, com cerca de 40 toneladas por ano.

A planta do chá, a Camellia sinensis é uma arbusto sempre verde, cujas folhas oxidam rapidamente se não forem imediatamente secas após a colheita. O processo seguinte é parar o processo de oxidação, numa determinada fase, removendo a água das folhas, pela aplicação de calor; nada tem a ver com fermentação, pois não são utilizados microorganismos.

O chá é classificado em quatro grupos principais, dependendo do grau de oxidação:

·         Chá branco: folhas jovens, que não sofreram processo de oxidação; os novos botões devem estar à sombra, para não produzirem clorofila;

·         Chá verde: a oxidação é parada pela aplicação de calor (vapor, método chinês; bandejas quentes, método japonês);

·         Oolong: oxidação parada entre o chá verde e o preto;

·         Chá preto: oxidação importante;

·         Outras classes menos vulgares:

·         Pu-erh: muito raro; chá fermentado e envelhecido (por vezes mais de 50 anos); é conservado tradicionalmente em forma de “tijolo” (folhas tratadas e prensadas em moldes); habitualmente utilizado em cerimónia de chá chinesa;

·         Chá amarelo: processado de modo similar ao chá verde, mas com fase de secagem mais demorada;

·         Chong Cha (chá quente): feito a partir de sementes de botões de chá em vez de folhas; utilizado para tratar sintomas de gripe, ou para combater o calor;

·         Kukicha (chá de inverno): feito de galhos e folhas velhas, podadas da planta do chá, e tostado a seco; é popular na medicina tradicional japonesa;

·         Lapsang souchong: chá preto fumado em fogueiras de pinho;

·         Chá Rize: chá preto forte, produzido na Turquia.

Os vários tipos podem ser vendidos como chás “simples”, quando de uma única variedade, ou como “misturas” (blends), sem têm associação de tipos diferentes.

A maioria dos chás comercializados em saquetas são misturas. Podem ser utilizados chás de uma única área de plantação, ou provenientes de áreas diferentes. A elaboração de misturas permite a obtenção de um chá com sabor mais estável e mais barato.

O chá tem a capacidade de adquirir facilmente aromas adicionais. Isto pode originar problemas na conservação, mas também pode ser utilizado na sua confecção.

Muitas vezes são utilizados aditivos especiais na sua elaboração, ou efectua-se um processamento algo diferente das variedades originais.

·         O chá pode ser oxidado conjuntamente com algumas flores, com o jasmim e a rosa, o que permite a sua aromatização:

·         O chá Earl Grey é uma mistura de chás pretos, com essência de bergamota;

·         Gengibre cardamomo, canela, pimenta preta, cravo-da-Índia, louro, noz-moscada são algumas das especiarias que podem ser utilizadas para a aromatização

·         O chá Touareg é tradicional no norte de África e Médio Oriente; utiliza-se o chá verde aromatizado com Nana hortelã;

·         O Jagertee é chá aromatizado com rum.

Os efeitos benéficos do consumo moderado de chá, na prevenção do cancro e de doenças cardiovasculares, foi comprovado em modelos animais e em estudos in vitro (laboratório). Efeitos similares têm sido descritos em alguns ensaios em humanos.

O chá possui substâncias bactericidas e bacteriostáticas contra a maioria das bactérias que infectam o aparelho urinário. O chã verde e o chá preto contém antioxidantes (principalmente catecolaminas), com efeitos anti-mutagénicos e amti-carcinogénicos.

Um estudo apresentado no Congresso da Associação Americana de Urologia mostra que células da bexiga expostas a catequinas (anti-oxidante) de chá verde resistem à exposição a peróxido de hidrogénio, que provoca lesões celulares.

Num outro estudo sobre cálculos renais (litíase), o grupo de pacientes que ingeriu chá verde apresentava uma excreção urinária de oxalatos (e uma formação de cristais de oxalato de cálcio) inferior ao grupo controlo.

Um estudo prospectivo, efectuado pelo Centro Nacional do Cancro do Japão (publicado em 2007, no American Journal of Epidemiology) mostra que homens que ingiram cinco ou mais chávenas de chá verde por dia apresentam um risco de cancro avançado de próstata 48% inferior aos que ingerem menos que uma chávena.

Várias referências como estas podem ser encontradas em várias publicações e as informações delas retiradas devem ser adaptadas. Mais importante que do que estes facto é corrigir o nosso estilo de vida e de alimentação, tentando reduzir os factores de risco para estas situações.